Especialistas apontam mudança de rotina para não sobrecarregar
crianças e jovens durante as duas semanas sem aula
Letícia Costa
leticia.costa@zerohora.com.br
Com as férias escolares de inverno,
nas próximas duas semanas, chegam também horas a fio de crianças e adolescentes
ociosos e pais ansiosos na tarefa de entretê-los. Especialistas sugerem achar
um equilíbrio, para não sobrecarregar as crianças em um momento de descanso.
Sair da rotina é um importante ponto a ser observado pelos pais, indica a pediatra Helena Müller, diretora científica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Ouvir o desejo das crianças e valorizar os momentos caseiros podem proporcionar dias gratificantes.
Sair da rotina é um importante ponto a ser observado pelos pais, indica a pediatra Helena Müller, diretora científica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Ouvir o desejo das crianças e valorizar os momentos caseiros podem proporcionar dias gratificantes.
— Tem de tomar cuidado para não
sobrecarregar a criança de atividades nas férias, porque em geral ela já tem
uma rotina conturbada no período letivo e muitos têm atividades fora da escola.
Ficar um pouco sem horário é fundamental — observa Helena.
Adepto desse posicionamento está,
surpreendentemente, um pai militar. Coronel da Brigada Militar, Moysés Benito
Crespo Perez Neto, 49 anos, defende um período de descanso para o filho Thales
Perez, 12 anos.
— Libero meu filho para dormir uma ou
duas horas a mais e procuro viajar com ele — diz Perez Neto, que incluiu no
roteiro de inverno uma viagem para a terra natal, Salvador, sem a mulher, só
com o filho único.
Mas e quando, ao contrário dos filhos,
os pais não têm folga? Nessas situações, as férias podem virar um problema.
Autora do livro Quem mexeu na minha bagunça?, escrito com a jornalista
Marilucia R. Gonçalves, a psicoterapeuta Celi Piernikarz criou um guia para que
pais e filhos aprendam a organizar a vida de forma mais leve.
No ramo escolar há mais de 25 anos,
Celi conhece bem a preocupação das famílias que não têm com quem deixar
estudantes em recesso. Nesses casos, aposta em atividades como colônias de
férias e acampamentos, onde podem compartilhar momentos legais com outros
alunos da mesma faixa etária.
Com uma “escadinha” em casa, o casal
de servidores públicos federais Marcelo Guimarães Ferreira, 45 anos, e Joice
Pazek Figueiró, 47 anos, testaram em janeiro um projeto de férias oferecido na
escola de Sofia, seis anos, Marina, quatro, e Rodrigo, dois. Enquanto eles
trabalhavam, os três estavam de férias. As atividades recreativas do Colégio
João XXIII, na Capital, salvaram os pais.
— As meninas pediram para fazer o
programa da escola, não foi uma obrigação. Como agora vamos tirar 15 dias de
folga, as crianças poderão brincar conosco de manhã e com os amigos de tarde —
planeja Ferreira.
O dia dividido dá ao casal tempo para
aproveitar com os filhos, sozinhos e para viajar no fim de semana.
0 a 5 anos
“Sempre é bom ter um adulto por
perto, uma referência.”
Participar de oficinas infantis de
leitura, fazer cursos de artes e culinária para crianças, passear em parques e
praças, assistir peças teatrais e desenhos no cinema, fazer atividades lúdicas
como jogos e manter o contato com outras crianças.
5 a 12 anos
“Nesta faixa etária, eles estão
adquirindo maturidade.”
Fazer reuniões caseiras com amigos
para ver filmes e brincar, participar de atividades recreativas como colônia de
férias e acampamentos, programar viagens para curtir avós, tios e tias, fazer
leituras em casa e nas livrarias, ir ao cinema.
12 a 17 anos
“É uma fase de mudança hormonal, em
que o sono aumenta.”
Programar viagens com os amigos ou
com a família, ir ao cinema, andar de bicicleta, participar de atividades
esportivas e manter o contato presencial com os amigos e colegas do colégio.
ZERO HORA
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