sexta-feira, 13 de julho de 2012

Férias de inverno: pais devem buscar equilíbrio entre atividades e tempo livre para os filhos
Especialistas apontam mudança de rotina para não sobrecarregar crianças e jovens durante as duas semanas sem aula

Letícia Costa
leticia.costa@zerohora.com.br

Com as férias escolares de inverno, nas próximas duas semanas, chegam também horas a fio de crianças e adolescentes ociosos e pais ansiosos na tarefa de entretê-los. Especialistas sugerem achar um equilíbrio, para não sobrecarregar as crianças em um momento de descanso.

Sair da rotina é um importante ponto a ser observado pelos pais, indica a pediatra Helena Müller, diretora científica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Ouvir o desejo das crianças e valorizar os momentos caseiros podem proporcionar dias gratificantes.

— Tem de tomar cuidado para não sobrecarregar a criança de atividades nas férias, porque em geral ela já tem uma rotina conturbada no período letivo e muitos têm atividades fora da escola. Ficar um pouco sem horário é fundamental — observa Helena.
Adepto desse posicionamento está, surpreendentemente, um pai militar. Coronel da Brigada Militar, Moysés Benito Crespo Perez Neto, 49 anos, defende um período de descanso para o filho Thales Perez, 12 anos.

 
— Libero meu filho para dormir uma ou duas horas a mais e procuro viajar com ele — diz Perez Neto, que incluiu no roteiro de inverno uma viagem para a terra natal, Salvador, sem a mulher, só com o filho único.

 
Mas e quando, ao contrário dos filhos, os pais não têm folga? Nessas situações, as férias podem virar um problema. Autora do livro Quem mexeu na minha bagunça?, escrito com a jornalista Marilucia R. Gonçalves, a psicoterapeuta Celi Piernikarz criou um guia para que pais e filhos aprendam a organizar a vida de forma mais leve.

 
No ramo escolar há mais de 25 anos, Celi conhece bem a preocupação das famílias que não têm com quem deixar estudantes em recesso. Nesses casos, aposta em atividades como colônias de férias e acampamentos, onde podem compartilhar momentos legais com outros alunos da mesma faixa etária.

Com uma “escadinha” em casa, o casal de servidores públicos federais Marcelo Guimarães Ferreira, 45 anos, e Joice Pazek Figueiró, 47 anos, testaram em janeiro um projeto de férias oferecido na escola de Sofia, seis anos, Marina, quatro, e Rodrigo, dois. Enquanto eles trabalhavam, os três estavam de férias. As atividades recreativas do Colégio João XXIII, na Capital, salvaram os pais.

 
— As meninas pediram para fazer o programa da escola, não foi uma obrigação. Como agora vamos tirar 15 dias de folga, as crianças poderão brincar conosco de manhã e com os amigos de tarde — planeja Ferreira.

 
O dia dividido dá ao casal tempo para aproveitar com os filhos, sozinhos e para viajar no fim de semana.

0 a 5 anos

“Sempre é bom ter um adulto por perto, uma referência.”

Participar de oficinas infantis de leitura, fazer cursos de artes e culinária para crianças, passear em parques e praças, assistir peças teatrais e desenhos no cinema, fazer atividades lúdicas como jogos e manter o contato com outras crianças.

5 a 12 anos

“Nesta faixa etária, eles estão adquirindo maturidade.”

Fazer reuniões caseiras com amigos para ver filmes e brincar, participar de atividades recreativas como colônia de férias e acampamentos, programar viagens para curtir avós, tios e tias, fazer leituras em casa e nas livrarias, ir ao cinema.

12 a 17 anos

“É uma fase de mudança hormonal, em que o sono aumenta.”

Programar viagens com os amigos ou com a família, ir ao cinema, andar de bicicleta, participar de atividades esportivas e manter o contato presencial com os amigos e colegas do colégio.

ZERO HORA

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