O governador ou o ministro?



NEIDA OLIVEIRA

Afinal, quem está dizendo a verdade? Tarso ministro, que assinou a Lei 11.738/2008, na ilustre companhia de ilustres petistas como Lula, Haddad, Paulo Bernardo, Dias Toffoli (hoje eminente ministro do STF), ou o prolixo governador do RS?

O fato: Tarso, então ministro da Justiça, assinou a lei que diz no parágrafo único do seu artigo 5º que o valor do piso salarial nacional será atualizado anualmente, no mês de janeiro, utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno, definido nacionalmente.

Assim, diante desta verdade incontestável, fica difícil aceitar as ponderações do governador. O que parece evidente é o uso de velhas táticas políticas, como a de repetir milhares de vezes uma mentira. Tarso já conseguiu impor à sociedade, através deste método, que iria pagar o piso em quatro anos. Mentira! Lembrando: o prazo entrou no discurso depois da eleição.

O governador e seus seguidores devem ter torcido ferrenhamente pelo êxito da Adin da ex-governadora Yeda. Mas, como advogado, que, aliás, enriqueceu à custa de trabalhadores que continuam recebendo salários miseráveis, deve saber que a lei do piso é incontroversa e a adequação dos planos de carreira deveria ser feita até 31/12/2009. Nossa categoria não permitiu a mutilação da carreira!

Embora dotado de extrema habilidade verbal, o governador mostra em cada manifestação o oportunismo e o estilo “mofado” de governar através de promessas que não pretende cumprir. Quem não lembra a “peremptória” declaração de que não abandonaria a prefeitura para concorrer ao governo do Estado? O governador também jurou que não mexeria no plano de carreira do magistério. Mexeu! Seu “aditivo salarial” nada mais é do que um embuste para não cumprir a lei. Garantiu também, em mais um arroubo de fanfarronice, criar lei específica para pagar o piso aos funcionários de escola.

O Cpers/Sindicato continuará defendendo o plano de carreira e denunciando as mentiras do governador. Se pensaram que poderiam nos cooptar, erraram mais uma vez! Nosso legado será o da luta, da defesa da educação e dos educadores, na busca por dignidade salarial para professores e funcionários. O do governador será a de “mais um” que prometeu muito e deixará para o povo do Rio Grande uma dívida imensa a pagar. Financeira e moral.

NEIDA OLIVEIRA é professora e vice-presidente do CPERS/Sindicato

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